Não adianta negar, hoje vivemos num mundo cercado por elas, as famigeradas telas.
Se já não é possível negar a sua existência, mais difícil ainda é saber balancear o seu uso, entender o que é saudável e o que se torna excessivo; sem cair na armadilha de dizer que todo tempo é ruim, o que seria até hipocrisia, dado que estou eu aqui, olha só, usando uma tela.
Precisamos lembrar, contudo, que o cérebro de uma criança é diferente do adulto, e a desorganização que causa em uma criança pode ser devastadora. Certamente não é o que nenhum pai ou mãe deseja.
Além de todos os danos diretos (alguns descritos nos artigos que cito neste post), vale a pena lembrar que quando uma criança está na tela, ela perde a oportunidade de experienciar o que está à sua volta, como fazer um amigo (desenvolvendo habilidades de interagir com seus pares, lidar com conflitos), pular corda, brincar de bicicleta (melhorando equilíbrio, coordenação), desenhar, pintar (desenvolvimento motor fino, sensorial).
E tem um fator que quase nunca é lembrado. Sabemos que crianças aprendem por meio do exemplo, ou seja, faz parte do seu desenvolvimento aprender a imitar os adultos com quem convive, assim como os seus pares. A criança atenta observa o adulto dar bom dia, pode tentar ler cartazes que vê, acha divertido o barulhinho que cada produto faz ao passar pelo caixa do supermercado, interessa-se pelo atendente da clínica de vacinação que sua família a leva, começa a saber dizer seu endereço de tanto ouvir ser repetido. Em casa, observa a comida sendo feita, quer participar, e se cansar dos brinquedos que já vem prontos, ela começa a criar… uma caixa de papelão pode virar um mundo de possibilidades. A criança que está na tela não tem essas oportunidades.
É mesmo um desafio, e às vezes, sem rede de apoio, o tempo gasto nas telas acaba não sendo o ideal (vide recomendação da SBP abaixo). Mas é preciso entender os riscos, e ativamente buscar ao máximo um desenvolvimento saudável para as nossas crianças.
Contem comigo! 💙